Ao criar a coleção “SER HUMANO – SOMOS TODOS MONSTROS”, busquei como inspiração o lado mais obscuro do ser humano. Nos tempos atuais, com tanta polarização de opiniões, vemos que basta um pequeno empurrão para que comecemos a odiar uns aos outros e a trazer coisas monstruosas à tona. Observando um pouco a civilização humana, podemos ver que esse é um comportamento que vem se repetindo ao longo da história. São inúmeros exemplos em que matamos milhões da nossa própria espécie em guerras e conflitos.
Para representar o lado monstruoso do ser humano, usei como inspiração algo que surgiu justamente em uma fase em que a humanidade enfrentava uma ameaça à sua própria existência: o holocausto nuclear da Segunda Guerra Mundial. O homem finalmente havia criado uma arma que poderia acabar com a própria existência, tornando-se o seu pior inimigo. O mundo do entretenimento, naturalmente, criou uma enxurrada de personificações e metáforas do perigo nuclear, sendo o principal e o mais famoso deles os filmes de monstros gigantes japoneses: os Kaijus. Esses monstros foram a resposta da sétima arte ao medo das bombas atômicas, como acontece, por exemplo, na história de Gojira (Godzilla), que é despertado pela radiação nuclear. Assim, cada anel da coleção foi criado para representar um Kaiju da cultura pop que surgiu nessa época: Gojira, o rei dos monstros; Mothra, a mariposa gigante; King Gidorah, o dragão de três cabeças; e Rodan, a besta alada.
Trazer à tona a monstruosidade humana pode parecer sombrio, a princípio. Mas o objetivo real da coleção é lembrar que todos nós temos nossos monstros interiores, e com paciência e sabedoria devemos aprender a lidar com eles, encontrando a melhor forma de derrota-los, principalmente em tempos polarizados em que os discursos de ódio esta em voga.
Deixe uma resposta