HISTÓRIA DA JOIA
A história da joia nos mostra os caminhos da humanidade. O homem sempre sentiu a necessidade de se adornar. Os primeiros adornos eram feitos com ossos e dentes de animais, conchas, pedras e madeira e simbolizavam o status, o poder ou misticismos. O ouro é explorado pelo homem há mais de 6.000 anos. Acompanha a evolução humana, assim como as artes, contando a história através de belas joias. Em cada período histórico, as características das joias e das artes se transformaram. Vamos conhecer um pouco sobre essa história através da joalheria.
Um pequeno resumo sobre a história da joia:
Pré-história
Eram utilizados materiais como pedras, ossos, sementes e dentes de animais, lapidados de forma rústica.
Egípicios (3.500 a.C.)
As joias deste período eram carregadas de misticismo e simbolismos. Figurativas, essas peças tinham formas de escaravelhos, que representavam o sol e a criação; olho do deus Horus, que protegia contra maus espíritos ou até mesmo de serpentes e escorpiões. Utilizavam muitas cores, que também eram carregadas de simbolismos. A policromia era obtida através de gemas como o lápis-lazúli, feldispato verde e turquesa ou até mesmo esmalte vitrificado.
Gregos (1100 a.C.)
A princípio os gregos utilizavam formas geométricas. Com influência de outros povos passaram a produzir cenas mitológicas em brincos, braceletes e colares.
Etruscos (700 a.C.) As técnicas de filigrana e granulação foram utilizadas com extremo primor.
Celtas A joalheria Celta sofreu grande influência de povos estrangeiros. Adaptaram as técnicas de outros povos à sua arte de trabalhar o metal. Uutilizando de forma magistral técnicas como: filigrana, gravação, intaglio, fundição, esmalte e granulação.
Romanos (200 a.C.)
Os romanos utilizavam o ouro para financiar guerras. Somente em 27 a.C., com novas fontes do metal, é que os romanos passaram a utilizar parte deste ouro na joalheria. Lentamente, as joias foram se tornando mais populares.
Idade Média
Na Idade Média a arte sofreu grande influência religiosa (teocentrismo). As joias eclesiásticas ganharam força, sendo muito usados escapulários, crucifixos e relicários por ambos os sexos. Apareceram as primeiras sociedades de ourives, os quais se instalaram em guildas (corporações de ourives). As joias tinham um simbolismo muito forte, não só religioso, mas também de status e divisão de classes. Existiam leis para o uso das joias. O esmalte foi uma das técnicas em destaque. Os anéis eclesiásticos, são usados até hoje por cardeais, bispos e pelo papa. A Burguesia utilizou anéis gravados com monogramas como instrumentos de autenticação de documentos. Os cintos e broches, além de adornar, eram funcionais. O vestuário também era ricamente adornado. Fios de ouro e gemas eram aplicados às bordas dos tecidos. As gemas tiveram um papel de destaque. Em uma técnica para realçar sua cor, algumas delas recebiam uma fina camada de metal. Foram criadas leis restringindo o uso desta técnica em conseqüência de seu uso indiscriminado. As pérolas, rubis, safiras, esmeraldas e granadas foram as gemas mais utilizadas. Além do formato cabochão, pedras com facetas começam a surgir. É o período onde a lapidação começou a se desenvolver.
Joalheria Bizantina (500 d.C.)
Caracterizou-se pelo uso de gemas, pela policromia e trabalhos delicados de filigrana e granulação, expressando a fusão das culturas orientais e ocidentais. Nesse período, o tema principal era o religioso As principais gemas utilizadas foram as pérolas e safiras. O esmalte decorava peças ricas em detalhes na representação de santos, retratos e desenhos abstratos. A lapidação era muito primária. Utilizava-se apenas arredondar as arestas, lapidar em forma de contas e polir as facetas naturais da gemas.
Estilo gótico (1300)
A arquitetura gótica com seu verticalismo influenciou a joalheria de maneira gradual. A arte gótica surge em um momento de crescimento das cidades medievais. O estilo arquitetônico gótico já estava emergindo por volta de 1150, mas somente no final do século XIII é notado seu reflexo na joalheria. Surgem novas formas, mais angulares e pontudas que resultam em formas elegantes. A arquitetura retrata a crença na existência de um Deus que vive em um plano acima da humanidade, e isso explica o verticalismo, onde tudo aponta para o céu. Sua maior representação esta nas catedrais.
Renascimento 1500
Com os estudos de anatomia e engenharia que ganharam força nesta época, os ourives conseguiram reproduzir com fidelidade, formas humanas representadas em peças inspiradas na mitologia. A joalheria deixou de ser patrocinada pelo clero e passou a ser patrocinada pela burguesia. Foi então que o ofício de ourives começou a ganhar status de arte assim como a pintura e escultura. Com as navegações e a descoberta das Américas, a Europa foi abastecida de ouro, prata e gemas Era costume usar vários anéis na mesma mão, assim como muitos colares. Também era comum o uso de pingentes, brincos, broches e joias para o cabelo e chapéu. Os adornos de chapéus eram feitos de ouro esmaltado, com motivos mitológicos ou religiosos. Camafeus também começaram a ser introduzidos na composição destes adornos.
Estilo Barroco (1600)
Nas joias barrocas o que predomina é a emoção que vem contrapor com o racionalismo do renascimento. A França dita a moda. A joias passam a ser usadas com mais moderação e ficam mais elegantes. Temas religiosos perdem espaço para os temas naturalistas como pássaros e flores. Houve um grande avanço na lapidação. Os desenhos de peças para o dia eram diferentes dos para serem utilizados à noite, já que estas deveriam refletir com mais intensidade a luz dos candelabros. As joias são usadas como ostentação de poder e riqueza O diamante foi a gema preferida, mas rubis, esmeraldas e safiras também foram muito utilizados.
Rococó (1700)
O barroco se transforma em exuberância. Assimétricas, as joias deste período são sedutoras. Utilizava-se muitas gemas coloridas e diamantes. As técnicas de lapidação foram aprimoradas. As peças tinham muito brilho e eram mais luxuosas. Surgem os conjuntos de joias, peças feitas com a mesma linguagem formal e mesmos materiais. Brincos, anéis, pendentes em formatos de buquês e laços são joias muito utilizadas.
Neoclássico (1760)
Com a revolução francesa, a referência volta a ser os estilos grego e romano, limpando a joia dos excessos dos estilos anteriores. Camafeus, medalhões e correntes voltam a ser utilizados. As gemas, usadas com moderação, eram enfatizadas através de uma moldura de diamantes, ouro ou pérolas que rodeavam a gema principal. Tiaras, anéis e braceletes fazem parte dos adornos usados.
Art Nouveau (1900)
A inspiração deste estilo era a Natureza. Suas joias eram a mais bela representação das linhas orgânicas. Utilizavam materiais como marfim, chifres, vidros entre outros. Belle Époque A joia neste período era usada com o intuito de adornar as mulheres e satisfazer sua vaidade.
Art Decó (1920)
O Cubismo e o Abstracionismo, assim como as linhas da Bauhaus, tiveram forte influência neste período. Geométricos, os colares e longos brincos também eram produzidos em materiais alternativos (não preciosos), como o aço. Segunda Guerra Após a Segunda Guerra, a Europa deixa de ditar moda e adota o estilo de vida americano. O cinema é um grande meio de difusão deste estilo. O glamour de Hollywood começa a imperar. Com a guerra ouve uma queda de fornecimento de gemas. Abriu-se, então, um grande espaço para as bijuterias finas.
Anos 60 e 70
A forma era mais valorizada que o material e novos conceitos passam a ser empregados, utilizando plástico e até mesmo papel. O design passa a ser valorizado pelo conceito.
Thiago Campos says
ótimo conteúdo bem interessente pra quem é amante das joias. trabalhamos com joias e apredemos muito com o artigo parabéns.
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Celso says
Excelente conteúdo! É importante sabermos como surgiram as primeiras jóias e como até hoje são importantes, pois são muito desejadas pelas mulheres e até mesmo por homens.
Parabéns!
Claudia Amorim says
Obrigada Celso!
Seu elogio é muito importante para o nosso trabalho!
Estamos à sua disposição para o que precisar.
Abraços, Claudia.